LUÍS FRANCISCO JUNQUEIRA AIRES DE ALMEIDA, NÃO TEMOS FOTO DO MESMO
Luís Francisco Junqueira Aires de
Almeida nasceu em Salvador no dia 22 fevereiro de 1860, filho do poeta e
magistrado baiano Joaquim Aires de Almeida Freitas e de Ana Francisca Junqueira
Aires de Almeida Freitas. Seu irmão, José Carlos Junqueira Alves de Almeida,
foi presidente do Tribunal de Contas e secretário geral do estado da Bahia.
Estudou no Colégio Abílio em Salvador,
onde foi aluno de Carneiro Ribeiro, professor de Rui Barbosa, e se tornou amigo
de Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, futuro líder do Partido Republicano no
Rio Grande do Norte. Cursou depois a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, onde
recebeu o diploma de engenheiro em 1881. De volta à Bahia, foi eleito deputado
provincial pelo Partido Conservador em 1885, e deputado geral em 1886
Preterido na reeleição de 1889,
voltou-se para a carreira técnica. Seguiu para Minas Gerais, onde trabalhou
como engenheiro na construção da Estrada de Ferro Sapucaí. No governo do
marechal Floriano Peixoto (1891-1894), foi nomeado engenheiro fiscal da Estrada
de Ferro de Nova Cruz, no Rio Grande do Norte. Pouco antes de deixar o estado
para assumir o posto de engenheiro fiscal dos engenhos centrais de Pernambuco,
aceitou o convite de Pedro Velho, então governador do Rio Grande do Norte
(1892-1896), para candidatar-se a deputado federal na legislatura 1894-1896
fora da chapa do partido. Esse expediente foi arquitetado por Pedro Velho para
disputar a vaga oferecida aos oposicionistas. Segundo Luís da Câmara Cascudo,
Junqueira Aires foi escolhido por ser bom orador, qualidade que então fazia
falta para defender as causas do estado no Congresso
Eleito deputado pelo Rio Grande do
Norte, Junqueira Aires bateu-se contra o adiamento da sessão legislativa em
1894 e passou a denunciar as manobras de José Bernardo de Medeiros para depor
Pedro Velho do governo do estado. Na Câmara dos Deputados, apresentou projeto
de prorrogação do estado de sítio e defendeu que parte das verbas de
colonização fosse destinada à construção de açudes, especialmente no Rio Grande
do Norte, insistindo na idéia de que o combate aos “flagelos da seca” deveria
ser permanente. Trabalhou ainda pela destinação de recursos federais para a
construção da ferrovia Macau-São Francisco.
Ao voltar a Natal em 1896 para as
comemorações do fim do mandato de Pedro Velho, quando foi o orador oficial do
Partido Republicano, sentiu os sintomas do que foi diagnosticado como anemia
cerebral. Decidiram então transportá-lo de volta para o Rio de Janeiro, onde
não conseguiu chegar. Faleceu em Recife, em meio à viagem, na companhia de
Pedro Velho, no dia 10 de maio de 1896.
RENATO AMADO PEIXOTO(FOTO ACIMA)
FONTES: ARAÚJO, D.; SOARES, G.
Caminhos; CÂM. DEP. Organizações; CASCUDO, L. História; CASCUDO, L. Vida; CONG.
NAC. Anais; República (maio/junho1896); Revista do Instituto Geográfico e
Histórico da Bahia ( 1896); RIBEIRO, A. Sonho.